Descubra como a análise combinada de hidrogênio e metano na respiração pode refinar o diagnóstico de distúrbios digestivos, oferecendo uma visão mais precisa da saúde intestinal e permitindo estratégias terapêuticas personalizadas.
O teste respiratório de hidrogênio e metano é um método não invasivo, seguro e eficaz, utilizado para avaliar a digestão e absorção de determinados açúcares no trato gastrointestinal. Ele também permite identificar desequilíbrios na microbiota intestinal, como o supercrescimento bacteriano no intestino delgado (SIBO), intolerâncias alimentares e alterações do trânsito intestinal.
Historicamente, o teste era realizado com a medição exclusiva do hidrogênio. Contudo, a inclusão da análise de metano aumenta significativamente a sensibilidade diagnóstica, especialmente em pacientes com constipação intestinal, nos quais o teste baseado apenas no hidrogênio pode apresentar resultados falsamente negativos.
O teste é realizado após um período de jejum. O paciente sopra em um dispositivo que mede os níveis basais de hidrogênio (H2) e metano (CH4) na respiração. Em seguida, ingere uma solução contendo um açúcar específico (lactulose, glicose, lactose, frutose, sacarose ou sorbitol). O paciente continua a soprar no aparelho em intervalos regulares de 15 a 30 minutos, durante um período total de duas horas e trinta minutos.
A presença aumentada de hidrogênio ou metano indica fermentação de carboidratos não absorvidos por bactérias intestinais. Esses gases são absorvidos pelas paredes do intestino, alcançam a corrente sanguínea e são eliminados pelos pulmões, sendo então detectados no ar expirado.
Nem todas as bactérias intestinais produzem hidrogênio. Algumas espécies, como Methanobrevibacter smithii, consomem hidrogênio e produzem metano como subproduto. A presença de metano expirado está fortemente associada à constipação intestinal, motilidade intestinal reduzida e sintomas de distensão abdominal.
Quando um carboidrato não é devidamente digerido no intestino delgado, ele chega ao cólon, onde é fermentado pelas bactérias locais. Essa fermentação gera gases como hidrogênio e metano. Esses gases atravessam a parede intestinal, entram na corrente sanguínea e são eliminados pelos pulmões, podendo ser medidos no ar expirado.
O paciente irá assoprar em um bocal conectado ao aparelho medidor. Após ingestão do substrato dissolvido em água, o ar expirado será coletado em intervalos de 15 em 15 minutos nas primeiras etapas e, posteriormente, a cada 30 minutos. Os substratos utilizados são: glicose, frutose, lactose, lactulose, sacarose e sorbitol, conforme solicitação médica. Cada substrato é testado em dia distinto.
A duração média do exame é de 2 horas e 30 minutos.
O paciente poderá retornar à sua alimentação habitual. Os resultados são geralmente disponibilizados no mesmo dia, permitindo discussão imediata com o médico assistente.
Pacientes com histórico de alergia confirmada aos componentes das substâncias utilizadas (como leite, frutose ou lactulose) não devem realizar o exame. A presença de intolerância não é contraindicação para a realização do teste.
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